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O tema do luto é algo que todos nós enfrentamos em algum momento da vida. Por isso, neste texto, abordamos esse assunto com a ajuda do psiquiatra Dr. David Sender e da Dra. Giovanna Gamper, psicóloga especializada em neuropsicologia do luto. Com a proximidade do Dia de Finados, é um momento apropriado para refletirmos sobre como podemos cuidar da nossa saúde mental enquanto lidamos com a perda de entes queridos.

O que é o luto?

Muitas pessoas associam o luto exclusivamente à morte, mas essa é uma visão limitada. O luto é uma resposta psicológica à perda, e pode ocorrer em diferentes contextos, não se restringindo apenas à morte de alguém. Ele pode se manifestar, por exemplo, quando uma relação termina, quando se perde um emprego ou até mesmo em situações de frustração com oportunidades que não se concretizaram. Em suma, é uma experiência universal que todos nós passamos em algum momento.

A experiência do luto é individual

Não existe uma forma “certa” de viver o luto. Cada pessoa vivencia essa fase de maneira única, e isso inclui uma variedade de reações emocionais e comportamentais. É comum associarmos o luto à tristeza, mas outras emoções como culpa, alívio ou até mesmo a sensação de entorpecimento podem surgir. Além disso, os rituais de luto variam muito entre diferentes culturas. Por exemplo, em algumas culturas orientais, o luto é celebrado, enquanto em outras, como na ocidental, é mais comum expressar a dor de maneira mais visível, como usar roupas pretas.

Quebrando expectativas sobre luto

Um dos maiores desafios enfrentados por quem está em luto é lidar com as expectativas sociais. Muitas vezes, há um padrão do que se espera que uma pessoa enlutada sinta ou faça. Se alguém não demonstra tristeza ou até se permite momentos de alegria, pode ser alvo de críticas ou incompreensão. É fundamental entender que o luto é uma experiência profundamente pessoal e não deve ser padronizado.

Fases do luto: mitos e realidades

A ideia de que existem fases do luto, como a famosa sequência de Elizabeth Kübler-Ross (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação), é bem conhecida, mas não é uma regra rígida. Nem todos passarão por essas etapas, e nem sempre elas ocorrem de forma linear. Na verdade, um modelo mais recente sugere que o luto envolve um processo de adaptação, alternando entre o foco na perda e a restauração da vida cotidiana.

Quando o luto se torna preocupante?

Uma questão comum é saber quando o luto pode estar se transformando em algo mais sério, como uma depressão. É importante destacar que a intensidade do luto não necessariamente resulta em depressão. A saúde mental de uma pessoa é influenciada por diversos fatores, incluindo predisposições genéticas e circunstâncias ambientais. Sentir tristeza após a perda é normal e não significa que você esteja em um quadro depressivo. Momentos de saudade, especialmente em datas significativas como o Dia de Finados, são esperados e fazem parte do processo de luto.

Buscando ajuda

Se você ou alguém próximo está tendo dificuldades para lidar com o luto, buscar apoio profissional é fundamental. Conversar com um psicólogo pode ser um passo importante para processar a dor e encontrar maneiras saudáveis de lidar com a perda. Em alguns casos, pode ser necessário também o acompanhamento de um psiquiatra, que pode oferecer suporte adicional.

Lidar com a perda é uma parte da vida que requer compreensão e compaixão, tanto para nós mesmos quanto para os outros. O luto é uma experiência única, e é normal que as pessoas o enfrentem de maneiras diferentes. O mais importante é reconhecer suas emoções e buscar o apoio necessário para atravessar esse momento de forma saudável.